A EXPERIÊNCIA DA MESA
RELACIONAMENTOS RENOVADOS.
(Devi Titus)
OLÁ MIGAS,
Tudo bem? Como foram de dia dos pais? abraçaram, beijaram e declararam o quanto vocês os amam? Façam enquanto há vida. O meu find não foi dos melhores, tive uma forte enxaqueca, e como moramos todos longe, não é possível estarmos juntos em todas as datas. Mas logo estaremos juntos novamente e nos abraçaremos muitchooosss !
Vamos ao capítulo de hoje de nosso livro:
“Vamos fazer uma festa e alegrar-nos. Pois este meu filho estava
morto e voltou à vida; estava perdido e foi achado” - Lucas
15:23-24.
SENTEI NO CHÃO DA SALA a um metro e meio da televisão,
assistindo a nossa versão local do programa American Bandstand,
do conhecido como Record Hop. Todas as terças à noite, o popular
programa de dança começava com líderes de torcida de escolas da
região. Os dançarinos contavam com alunas da escola. Naquela noite,
meu colégio estava sob os holofotes. As líderes de torcida e as
moças segurando pompons, vestidas com um uniforme preto, laranja e
branco, marcharam para seus lugares ao som do grupo de percussão.
Os
movimentos eram sincronizados e eu conhecia cada passo, cada pirueta,
cada rodopio. Eu sabia o nome de cada menina. Assim como se etivesse
lá. Lágrimas rolavam pelo meu rosto porque eu queria muito estar
participando! Eu sabia que os movimentos precisaram ser ajustados
porque uma outra garota estava faltando. Essa garota era eu.
Meus pais não deixavam participar de bailes da escola; por isso, não
me permitiram fazer a apresentação naquele programa de dança ao
vivo. Eles eram sinceros ao restringir minhas atividades e escolhas,
mas, aos 14 anos, não consegui entender plenamente o amor e a
proteção que estavam me estendendo.
Nos meses seguintes, tomei algumas decisões sem o conhecimento de
meus pais, porque não achava que aqueles adultos ultrapassados
entendiam alguma coisa sobre a juventude da minha geração .
Fiz planos secretos de ir a bailes e de fazer outras coisas que meus
pais não aprovavam. Lembro-me vividamente da noite em que planejei
escapar do quarto para ir com uma turma mais velha que eu mal
conhecia a uma cidade vizinha passear pela rua principal. Um amigo do
meu irmão mais velho e um colega dele estavam passando uns dias em
casa, vindos da faculdade, e eles nos levariam naquela noite. Meus
amigos já haviam me convidado para fazer esse passeio muitas vezes,
mas a maioria sabia que eu não tinha permissão para ir, então eles
iam sem mim. Finalmente, dessa vez, eu iria junto.
Tudo estava planejado. Meus amigos e eu combinamos que, se a luz de
meu quarto estivesse acesa, seria um sinal de que não era seguro eu
sair pela janela, porque mamãe e papai ainda estavam acordados. Se a
luz estivese apagada quando passassem de carro, era sinal para
esperarem enquanto eu saia pela janela, pois minha mãe e meu pai já
estariam dormindo pesado.
Na escola, naquele dia, eu estava muito empolgada por finalmente ter
aquela experiência. Meus amigos e eu conversamos sobre o assunto,
planejando e tecendo estratégias. Eu estava com frio na barriga e nó
na garganta – frio na barriga de empolgação e nó na garganta de
medo e culpa. Havia um conflito em meu coração. Eu sentia vontade
de me divertir, mas não queria fazer nada errado. Sabia que era
possível fazer ambos.
Mamãe preparou o jantar como de costume naquela noite. Eu não
estava com vontade de comer, mas ela insistiiu que eu me sentasse à
mesa. Fiquei quieta durante o jantar e papai me perguntou se estava
tudo bem. Garanti que tudo estava ótimo, só me sentia meio mal.
Lembro-me de ficar pensando em como meus pais eram maravilhosos e no
quanto eu os amava. Sabia que, se eles descobrissem o que eu estava
planejando, ficariam magoados. Lá no fundo, eu não queria
chateá-los.
Não sei qual foi o assunto de nossa conversa à mesa naquela noite.
Sei que meu irmão estava no ultimo ano do ensino médio e
participava de todos os esportes. Papai era um grande fã de
esportes, por isso nossos diálogos à mesa costumavam girar em torno
dos jogos de Noel naquele ano letivo. Não era incomum outros
jogadores de futebol americano jantarem em nossa casa antes de um
jogo, e sempre íamos às partidas, fosse em nossa escola ou na casa
do time adversário. Eu era líder de torcida durante os jogos de meu
irmão. Sentia grande orgulho de ser irmã dele e não queria
desapontá-lo.
À mesa naquela noite, eu me sentia como duas pessoas; a irmanzinha
caçula de um rapaz que eu amava e a adolescente de coração
selvagem que queria se divertir. Como ser as duas? Eu fugiria pela
janela às onze da noite para voltar às duas da manhã ou ficaria em
casa? Não é de se espantar que meu apetite tenha ido embora. Era
muita coisa para uma mocinha decidir!
Conforme planejado, meus pais se deitaram no horário de costume e
estavam num sono profundo. Fui para o quarto e fingi estar dormindo.
Depois de ter certeza de que eles estavam dormindo, levantei, me
vesti e dei continuidade a meu plano. Com as luzes do quarto
apagadas, às 22h55, fiquei perto da janela esperando o carro
aparecer na estrada ao lado da cerda branca de nossa casa.
Com a
bolsa em mãos, estava pronta para minha primeira noite de diversão
na rua! Vi os faróis se aproximando e virando perto da cerca.
Congelei. Meus pensamentos foram: “Não posso fazer isso. Minha mãe
e meu pai me amam demais. Não posso fazer isso com eles. O que
pensarão de mim seu eu for pega? Meu coração estava acelerado. O
carro lá fora continuava parado, esperando por mim. O plano estava
funcionando, cm exceção de algo inesperado: eu me lembrei do
jantar.
O riso em volta da mesa de jantar naquela noite, os olhares amorosos,
os planos para o dia seguinte – tudo me veio à mente.“Depois de
hoje, como serão os nossos jantares para mim? Perguntei a mim
mesa. Eu não sabia qual era a resposta; só sabia que não podia
fazer aquilo. Fui até a porta do quarto, em vez de de me dirigir à
janela já aberta, e acendi a luz. Para meus amigos, isso significava
que sair não era seguro para mim. Eles foram embora.
Minha vida poderia ter tomado um rumo muito diferente com as
consequências daquela noite. E se eu não tivesse me sentado com a
família à mesa para jantar? Acender o interruptor foi uma das
decisões mais importantes que já tomei. Fazer o jantar foi a
decisão importante de minha mãe naquela noite.
Aquela foi a última tentação do tipo que tive durante o ensino
médio. Pouco depois, entreguei minha vida a Cristo e comecei a tomar
decisões que agradavam a ele e meus pais. Meu relacionamento
interior foi renovado com minha família à mesa. Naquela noite, o
conflito interior foi começou a se resolver. E a propósito, anos
depois, meus pais disseram que ser arrependeram de não terem me
deixado ir ao programa de televisão com a equipe de líderes de
torcida. Eu já os havia perdoado.
Migas que precioso este capítulo! Principalmente pra entendermos o mundo, a luta interior dos jovens diante deste mundo tenebroso!
BJS
NO CORAÇÃO!!!
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