Versiculo

"[...] e oro para que, estando arraigados e alicerçados em amor, vocês possam, juntamente com todos os santos, compreender a largura, o comprimento, a altura e a profundidade e conhecer o amor de Cristo que excede todo conhecimento, para que vocês sejam cheios de toda a plenitude de Deus." Ef 3:17-19

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sábado, 28 de março de 2015


ERA UMA VEZ...

OLÁ BLOGAMIGAS!

Como havia prometido – Gostaria de contar um pouco da minha história com meu pai.

Eu sou do tempo que começava uma história assim...

Meu papis era alto, moreninho de olhos verdes. Apesar dele trabalhar com caminhão, nessa época ele só andava de terno de linho engomado. Nesta foto ele não saiu tão bem! Minha mamis dispensa comentários. Lindona! 

Era uma vez um belo casal, que se apaixonou, se casaram e tiveram uma menininha (Euzinha) E ela começou a crescer. Seu primeiro aniversário foi uma bela festa. O vestido e o chapéu era uma graça. Tudo feito com muito amor e carinho. (Não tenho a foto aqui, substitui por esta).



Embora meu pai tenha optado por trabalhar a vida toda com o pai dele. Antes disso meu avô o levou para estudar em PRESIDENTE SOARES, em um Colégio Interno, onde só filhos de fazendeiro estudavam, mas ele fugiu. Preferiu trabalhar com o pai em suas propriedades. De lá saíram muitas pessoas que ocuparam posição importante tanto no governo quanto na iniciativa privada em nosso país.

Ele sempre andava em caminhões novos. Ao todo comprou 29  caminhões zero Km. Pena que este não era um dos mais bonitos.



ELE GOSTAVA DE "INTICAR COMIGO". Ele gostava de chegar na casa dos empregados das fazendas e pedir café adoçado com rapadura (açúcar mascavo) pra mim, pois ele dizia que eu gostava muito: “E EU DETESTAVA”. Mas tinha que tomar porque não se podia recusar – era considerado “disfeita”. Isto aconteceu várias vezes! Como pra ele era como se eu fosse seu menininho, comecei a dirigir um jeep aos nove anos de idade e em seguida, naquelas caminhonetes com câmbio no volante. Era um verdadeiro rallye!!!
Mas mesmo eu sendo filha única, fui disciplinada pra uns cinco irmãos que não tive. Até porque eu merecia. Fui salva de muitas armadilhas através dessas disciplinas!

OUTRA BRINCADEIRA QUE ELE GOSTAVA AINDA:
E à medida que eu crescia, tornei-me companheirinha do meu pai. Usava sempre cabelo curtinho parecia um menininho. E como  ele sempre trabalhou com fazenda/sítios, nós íamos muito pra roça de  caminhonete. Ele sempre muito brincalhão, me deixava para trás nas porteiras e se mandava com o carro. Às vezes eu ficava na porteira esperando ele me buscar, às vezes eu tinha que ir até ele. SAUDADES!!!

As terras do meu sogro e do meu pai faziam divisa. E tinha uma morro chamado (BARRACA). Era um barro vermelho, e quando chovia, aquilo virava uma lama e ficava só 2 trilhos profundos. Eu achava o máximo. Meu pai jogava a caminhonete dentro deles e descíamos escorregando.  No final tinha uma pontezinha estreita que se errássemos, caíamos no "riozinho", nos divertíamos!

E na adolescência, eu já maiorzinha, adorava ir a uma cidade próxima (Manhuaçu) fazer compras. E sempre voltavam no início da noite. Eu deitada no banco de traz do carro, e ele ouvindo a “Hora do Brasil”. Ela ficava olhando a lua e as estrelas e feliz pelas "compritias". Foi um tempo muito bom!!! Ainda na  adolescência, surgiram alguns problemas entre nós – por proteção da família – tive que, às vezes, comprar algumas brigas como se fosse um filho (homem), já que era filha única.


(Meus pais passeando no Corcovado-Rj. Lindos!!!)

E nestas brincadeiras da porteira, um dia, quando ela foi abrir a porteira, ele deixou a caminhonete descer um pouco mais e pegar  meu calcanhar . Na hora não sentiu muita dor, mas ao chegar na cidade, quando  coloquei o pé no chão, não conseguia andar. E então ele começou a perder sua companheira e amiguinha de fazenda. Nesse processo do pé engessado – EUZINHA tinha um amigo mais velho, universitário, cabeludo, barbudo e com roupas coloridas, calça boca de sino e chinelão de pneu!Pra ele um verdadeiro LOBO!!!

Esse amigo, que se aproximou mais para ajudá-la, dando ombro, (Era o Walace) e não poderia acontecer outra coisa. Na verdade era nosso vizinho e tinha sete anos mais que eu. Ele lembra de mim empurrando triciclo. Esta história é longa, mas a prioridade agora não é essa. Daí em diante o amor ficou dividido entre ele e o Walace, que agora é meu esposo. Tive que esperar bastante o Walace, mais foi bom porque fomos amigos até liberar o compromisso, pois éramos muito novos. Esse período foi um tempo muito turbulento, porque o meu pai se assustou, pois era um cabeludo e barbado com roupas estranhas. Para ele foi um susto! O Walace apareceu e ele dizia que lá em casa não tinha moça (Eu tinha 14 anos). Meu pai queria pegá-lo! Mas nosso contato físico (Beijinhos) só com 15 anos. Só que o Walace tinha 22 anos e meio e estudava em uma cidade um pouco distante e só nos víamos nas férias.
Meu pai as vezes me  tirava da cidade, quando o Walace chegava de férias...kkkkkkkk!!!

Outro detalhe: Meu pai e meu sogro dividiam terras. O meu sogro cuidava muito bem do pasto de suas propriedades. Meu avô e meu pai não. Por isso o gado ficava atraído pela pastagem de meu sogro e passava pro outro lado. E meu sogro ficava furioso, com toda razão!

De forma que eles estavam sempre em pé de guerra. Era um colérico e um sanguíneo folgado (meu pai) se “inticando” um com o outro. Mas o nosso amor foi maior e conseguimos dobrar os dois cabeças duras,  em meio a muita lutas... pois o Walace, voltou para o Senhor. Neste período ele ficava em dúvida se casava ou não, devido ao jugo desigual. Sofri muito nesse períoso, pois ficavamos a 1.600 kms de distância. Mas faria tudo de novo. Valeu a pena! E como eu o conhecia bem, não acreditava na conversão dele. Achava que ele estava de olho em alguma menina da Igreja.

NO PERÍODO QUE ANTECEDEU AO NOSSO CASAMENTO CHOVEU 45 DIAS ININTERRUPTOS. Eu já estava com o vestido de noiva pronto, mas tivemos que adiar o casamento, pois em nossa região, as estradas ainda não eram asfaltadas na época. Me lembro que para experimentar meu vestido de noiva, em uma cidade vizinha, tive que ficar em pé dentro de um jeep, em alguns lugares, devido à quantidade de água na estrada. Meus pais diziam para o Walace não vir de Florianópolis para se casar em Minas Gerais (Eu já o esperava há dois anos). Quando aparecia uma fresta de sol no céu, eu falava: pode vir casar! Em fim, quase terminamos tudo. Nessa fase o Walace achava que tudo isso era sinal de Deus. Depois de muito choro, falando um dia pelo telefone, chegamos a um concenso e remarcamos o casamento para maio. E assim se realizou! (Estou sem foto do nosso casamento aqui, por isso coloquei a foto das bodas. Colocarei quando chegar em casa)


(Primeira ida de meus pais à minha casa)


Só me converti depois de um ano e meio de casada. Não aconselhamos ninguém a correr esse risco, ainda mais nos dias de hoje. Em nosso caso era um relacionamento familiar, compromisso pra casamento. Meus pais em todo esse processo foram gostando cada dia mais do Walace (Se tornou o filho que ele queriam). Posso dizer que com o passar do tempo ele amava tanto o walace quanto a mim. Minha mãe se converteu e orava muito por ele. Ele se batizou nas águas junto com minha mãe, embora a caminhada dele sempre foi mais lenta. Quando nossos filhos eram pequenos, às vezes vinhamos pra Minas e deixavamos com os avós.E tiravamos um tempo pra nos! Ele dizia pro Márcio e Lívia: tem que rezar 3 vezes. De manhã, na hora do almoço e de noite. Seus pais deram essa ordem.claro quem orava era minha mãe!

(Nossa casinha em Conceição City - Princezinha de Minas, como ele a chamava!!!)




Um grande avô. Apaixonado pelos netos:
  1. Dois fatos pitorescos: Uma vez fomos pescar. Acho que a Lívia nem era nascida. Ele colocou um peixe no anzol e depois mandou o Márcio puxar o anzol. Imaginem a alegria do Márcio. Que pena não ter feito foto  do  Márcio. Que pena nao 
    ter foto do Marcio de bota de borracha e chapéu!
  2. O segundo fato pitoresco foi quando nós estávamos na fazenda e ele queria mostrar uma ave, o Peru, e começou a fazer brincadeiras com o bichinho. Foi então que a protese dentária soltou, caiu e o bicho a engoliu. A festa foi completa para as crianças!

    COMO GOSTARIA DE VOLTAR NO TEMPOOOO!!! Na idade certa ele deu um carro pra cada neto!
As vezes eles ficavamos bravo com meu pai, incentivando-o a gastar mais, viajar conosco, conhecer outros lugares, outros países. Ou até mesmo gastar para cuidar da saúde. Mas como não tinha plano de saude, sempre deixava pra depois. Nos últimos tempos minha mãe não andava bem de saúde e com problemas neurológicos. E se tratava em Vitória – E.S., e todos nós nos preocupávamos muito com ela e ele também.


Então começamos a notar que ele não estava bem. Fez alguns exames mas não acusava nada sério. Mas ultimamente víamos que a saude dele tinha piorado. Mas convencê-lo a ir a um médico era uma missão praticamente impossível, até porque ele estava gastando com a mamãe e achava que não precisava gastar com ele. No entanto, da última vez que esteve em Vila Velha, ele foi a uma médica especialista em gastro, porque achamos que ele não estava suportando mais as cólicas. A médica pediu exames, mas já era tarde!



Todos nós imploramos para que ele fizesse exame específicos. Eu sempre dizia: pai se eu estou viva (pra quem não sabe já tive câncer de intestino) é porque tratei de forma a preventiva! Mas ele desconversava. No domingo anterior ao seu falecimento, ele estava em VILA VELHA, e quando eles estavam lá, eu ficava inquieta em casa. Ligava várias vezes ao dia, e como queria estar junto! Nossa filha LIVIA (que nos deu um grande suporte neste período) ficava até brava de tanto que eu ligava, às vezes ela brincava ”larga do nosso pé chulé”! E ele completava que eu estava com canelagem (ciumes) Rsrsrs!!!



Naquele fim de semana ele foi a Vitória e foi a uma gastro e ela pediu exames. Ao sair do consultório, quem conhece VILA VELHA, ele pediu que LIVIA o ajudasse a procurar uma tinta pra uma cabeleireira, que dias antes, tinha pintado sua sobrancelha. Estava muito, muito feliz por ter feito este procedimento. Era como se ele tivesse feito uma cirurgia plástica. ESTE ERA MEU PAI. ENTUSIASMADO COM A VIDA. E ela caminhou até a Praia da Costa com ele. Minha filha, com os pes cheio de calo, mas feliz porque ela e seu esposo FILIPE BERGEL (Eles é que acharam e compraram o apto de VILA VELHA). Este apto nos aproximou muito. Ele curtiu muito a organizaçãoo. Infelizmente aprveitou pouco. Mas o gosto pela decoração, herdei dele. Esta parte é a que mais gostamos.



Quando Falei com ele, e ele reclamou que estava com muita cólica intestinal, eu disse: pai fica aí em Vila Velha e amanhã você faz os exames. Ele disse não posso ficar tenho que ir embora hoje tenho muita coisa pra fazer, e faço os exames em MANHUAÇU. Na segunda-feira ele teve uma cólica intensa. Não aguentou, e teve que ir pra MANHUAÇU. Pensando que faria so exames lá. Mas infelizmente teve que passar por uma intervenção cirúrgica e não resistiu a ela, pois em seguida ele teve choque séptico (septicemia).


Mas como o Senhor é maravilhoso, ele teve tempo de conversar uma série de coisas com minha mãe nos dois dias no hospital. Até mesmo sobre seus bens, pois não gostava que soubessemos o que ele tinha!

O SENHOR tem confortado nossos corações, pois a mesma palavra que nos foi dada, foi também dada a meus filhos, e a alguns amigos e irmãos! A PALAVRA ERA: ELE TINHA MEDO DO RESULTADO! Assim ele viveu seus quase oitenta anos como queria. Sem restrições alimentares, muita vitalidade, e tendo seus sonhos todos realizados, mas deixando em nossos corações uma lembrança eterna, e sua marca maior: A alegria. Muita alegria!

CONSELHO.

E agora falo, não só como filha e mãe, mas como uma pessoa de 56 anos, que já viveu muito e com muitas experiências, lidando com todo tipo de pessoas e relacionamentos. Digo e afirmo que ninguém te ama, ou amará como os pais. Isto é uma REGRA! Existem exceções. São raras mais existem! Tente quebrar barreiras, perdoar, amar, dispensar atenção e amor enquanto há tempo. Não fiz 1/3 dessas coisas, mas fiz algumas. Da minha forma e do meu jeito de ser. Principalmente nos últimos tempos. Temos muitas e muitas fotos juntos em momentos muito especiais. 

Mas no tempo que se chama hoje eu gostaria de dizer o quanto o amava, de abraçá-lo e beijá-lo mais. - Ml. 4:5-6.

AGRADECIMENTO!!!

À nossa filha que mais o acompanhou e amou. Ela é mais quieta, mas com ele se soltava e dava umas boas gargalhadas!


Por todo suporte que deu, indo aos médicos, debaixo de sol e chuva! Fazendo com todo amor e carinho, e por isso recebendo elogios da própria médica. Contribuindo dessa forma para amenizar as dores deles. Por isso ele apelidou-a de delegada. Porque às vezes ela tinha que ser firme com eles. Mas também dizia que ela era uma das cordas do coração dele. Brigadooo filha por estar no centro da vontade de Deus!!!

GRATIDÃO!

Tenho profunda gratidão às pessoas que me substituiram no hospital durante os três dias que ele ficou hospitalizado, e por todo carinho que tiveram com ele em vida - Sônia e Paulo (Amigos e discipuladores), Eni, Nestor e Alberto Carvalho (Irmã e sobrinhos de minha mãe), Tia Tereza Ramalho (Irmã de meu pai), que esteve com ele nos últimos momentos, pois eu e Walace estávamos incapacitados, por razão de saúde, de estarmos presentes. Aos pastores presentes (Pr. Domingos – BH, pastor e grande amigo, Pr. Wnéliton, da Igreja de Ipanema, Pr. Cláudio Cabral, da Igreja em Florianópolis e Pr. Lauro da Igreja em Vitória e pastores e líderes da Igreja Tabernáculo, em Conceição de Ipanema, e familiares presentes. Perdoem-me se esqueci alguém que deveria incluir nessa lista.



EM CRISTO, UM FELIZ FIM DE SEMANA!





3 comentários:

Rogério, Patrícia e Rafael disse...

Que bom te ver grata pelo que vives te com teu pai. Glória a Deus pela paz que excede todo o entendimento.
Bjo Pati

Unknown disse...

Muito linda a homenagem, e seu pai era mesmo essa pessoa que você descreveu, eu gostava muito dele e gosto muito de sua mãe e claro de você tambem, Deus ta abencoe e te console sempre.

Anônimo disse...

Muito linda sua história Beth, me emocionei... beijos, Saudades! Ana Carla